Tiago Ferreira em 17-11-2020
A Escola Profissional
do Pico resultou de um Contrato Programa celebrado a 28 de outubro de 1998
entre a Secretaria Regional da Educação e Assuntos Sociais e a Associação para
o Desenvolvimento Local da Ilha do Pico, nos termos do artigo 14.º do Decreto-Lei
4/98, de 8 de janeiro, entrando em funcionamento efetivo em janeiro de 1999.
A ADLIP - Escola
Profissional do Pico segue os princípios orientadores da organização e da
gestão do currículo, bem como da avaliação das aprendizagens referentes ao nível
secundário de educação, no quadro das grandes linhas de reforma do ensino
secundário enunciadas no Programa do XV Governo Constitucional, procedendo-se a
uma reforma que constitui componente estratégica nuclear no âmbito de uma
política de educação determinada em obter resultados, efetivos e sustentados,
na formação e qualificação dos jovens portugueses para os desafios da
contemporaneidade e para as exigências do desenvolvimento pessoal e social.
Os
cursos profissionais ministrados, em cada triénio, são regulamentados pelas
portarias e referenciais do Catálogo Nacional das Qualificações, em vigor de
acordo com o estabelecido pela Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino
Profissional, I.P., que é um instituto público integrado na administração indireta
do Estado, sob a tutela dos Ministérios da Educação e Ciência conjuntamente com
o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, em articulação com o
Ministério da Economia, e tem autonomia administrativa, financeira e pedagógica
no prosseguimento das suas atribuições.
A Escola Profissional do Pico tem como
objetivo formar técnicos qualificados, trabalhadores autónomos, intervenientes
e cidadãos ativos capazes de ingressar no mercado de trabalho atual, fazer face
a futuras modificações que este venha a sofrer, preparando-os, inclusivamente,
para o surgimento de novas profissões ainda inexistentes.
O processo de
formação preconizado pela escola é um processo global que integra, quer a
dimensão instrumental/cognitiva quer a dimensão comportamental. Pretende-se
desta forma construir um modelo humanista de educação e formação, em que a
escola esteja estreitamente ligada à comunidade e ao mundo do trabalho.
Pretende-se
que a formação atenda às realidades sociais, culturais e laborais, às necessidades
de formação local e regional, à inserção dos projetos a desenvolver pelos
formandos, mantendo-se, para tal, relações entre a escola, a comunidade e o
tecido empresarial local e regional.
É nossa missão dotar a Ilha do Pico e a
Região Autónoma dos Açores de profissionais qualificados de modo a criar
condições de maior competitividade e modernização das estruturas empresariais e
comerciais, através de cursos profissionais de nível 4, cursos de
especialização tecnológica de nível 5, e, ainda, cursos Reativar (Nível 2 e 4)
escolares, tecnológicos e de dupla certificação, cujo público-alvo são os
desempregados à procura de (re)qualificação e (re)integração no mercado de
trabalho.
Paralelamente
a esta formação profissional, tem sido preocupação desta escola, ao longo dos
anos, promover cursos de formação para ativos em regime pós-laboral, tais como,
cursos de formação pedagógica inicial de formadores, informática, higiene e
segurança no trabalho, suporte básico de vida, línguas, atendimento,
empreendedorismo, prestação de cuidados, entre outros.
A Escola
Profissional do Pico quer ser uma escola caracterizada pela qualidade do
ensino-aprendizagem, investindo na formação integrada dos jovens a par de uma
sólida formação profissional que permita a sua integração sócio-profissional.
A Escola, em
geral, assume hoje um papel decisivo na educação e na vida dos jovens,
possuindo o poder de os formar e integrar, mas também perverso de os
“desintegrar” e marginalizar, em casos de desadaptação ao sistema. O nosso
Projeto Educativo não pode alhear-se da especificidade do seu público-alvo
maioritário, que encontra dificuldades de adaptação às metodologias típicas do
ensino regular. Deste modo, a ideia do ensino profissional como uma pedagogia
de integração define o Projeto Educativo da Escola Profissional do Pico.
Queremos,
pois, uma escola que se assuma instituição social e culturalmente responsável,
e não um mero polo de formação profissional. Capaz de incutir nos jovens os
valores da cidadania e da participação crítica e responsável.
O Perfil dos
Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória homologado pelo Despacho nº
6478/2017, de 26 de julho, constitui-se como matriz comum para todas as escolas
e ofertas educativas no âmbito da escolaridade obrigatória, designadamente ao
nível curricular, no planeamento, na realização e na avaliação interna e
externa do ensino e da aprendizagem, criando um quadro de referência que
pressupõe a liberdade, a responsabilidade, a valorização do trabalho, a
consciência de si próprio, a inserção familiar e comunitária e a participação
na sociedade que nos rodeia.
A abrangência
do Perfil dos Alunos respeita o carácter inclusivo e multifacetado da escola,
assegurando que, independentemente dos percursos escolares realizados, todos os
saberes são orientados por princípios
(base humanista, saber, aprendizagem, inclusão, coerência e flexibilidade,
adaptabilidade e ousadia, sustentabilidade e estabilidade) por valores (responsabilidade e
integridade, excelência e exigência, curiosidade, reflexão e inovação,
cidadania e participação, liberdade), por áreas
de competências (das linguagens
e textos, informação e comunicação, pensamento crítico e pensamento criativo,
raciocínio e resolução de problemas, saber científico, técnico e tecnológico,
relacionamento interpessoal, desenvolvimento pessoal e autonomia, bem-estar,
saúde e ambiente, sensibilidade estética e artística, consciência e domínio do
corpo), e por uma visão que integra
desígnios que se complementam, se interpenetram e se reforçam num modelo de
escolaridade que visa a qualificação individual e a cidadania democrática.
Pretende-se que o jovem, à saída da
escolaridade obrigatória, seja um cidadão:
·
Munido de
múltiplas literacias que lhe permitam analisar e questionar criticamente a
realidade, avaliar e seleccionar a informação, formular hipóteses e tomar
decisões fundamentadas no seu dia a dia;
·
Livre,
autónomo, responsável e consciente de si próprio e do mundo que o rodeia;
·
Capaz de
lidar com a mudança e com a incerteza num mundo em rápida transformação;
·
Que
reconheça a importância e o desafio oferecidos conjuntamente pelas Artes, pelas
Humanidades e pela Ciência e a Tecnologia para a sustentabilidade social,
cultural, económica e ambiental de Portugal e do mundo;
·
Capaz de
pensar crítica e autonomamente, criativo, com competência de trabalho
colaborativo e com capacidade de comunicação;
·
Apto a
continuar a aprendizagem ao longo da vida, como factor decisivo do seu
desenvolvimento pessoal e da sua intervenção social;
·
Que
conheça e respeite os princípios fundamentais da sociedade democrática e os
direitos, garantias e liberdades em que esta assenta;
·
Que
valorize o respeito pela dignidade humana, pelo exercício da cidadania plena,
pela solidariedade para com os outros, pela diversidade cultural e pelo debate
democrático;
Que rejeite todas as formas de discriminação e de exclusão social.